Número 15, vol. 1 (2022): Volume Único

 

Revista Sísifo – Feira de Santana – (2014-)

nº 15, vol. 1 (2022): Volume Único

Filosofia – Periódicos

ISSN: 2359-3121


Revista Sísifo. Nº 15, Vol. 1 (2022): Volume Único - Publicação Contínua


Apresentação

A presente edição da Revista Sísifo é uma edição de agradecimento a Yves São Paulo, filósofo, cinéfilo e um dos fundadores da Revista. Se hoje a Revista Sísifo conta com avaliação qualis B2, é porque um acadêmico de filosofia acreditou em um projeto autônomo e colaborativo de divulgação filosófica. A contribuição de Yves – junto a Marcelo Barros – para o cenário de divulgação e democratização da produção filosófica brasileira, sobretudo, entre e a partir de novos pesquisadores, é preciosa e recebe garantia de continuidade com os editores que compõem a nova fase da revista. Na oportunidade, damos boas-vindas a Camila Ezídio, pesquisadora que desbrava com muita competência e entusiasmo aquilo que ainda precisa ser dito acerca da filosofia medieval. Agradecemos a Karla Souza, estudiosa de filosofia e gênero, pela curadoria da coluna “Filósofas” nas últimas edições.

Abrimos a edição com o artigo A narrativa antimoderna e antimodernista de Miguel de Unamuno: considerações sobre Niebla à neblina da hermenêutica ricoeuriana” de Walter Neto e Rita de Cássia Oliveira. Os autores buscam analisar “algumas nuances do romance Niebla (1914) por meio da hermenêutica narratológica de Paul Ricoeur (1994), tencionando encontrar no texto literário a crítica que o intelectual espanhol Miguel de Unamuno fez a respeito da modernidade filosófica e estética contemporânea a ele […]”. Por sua vez, o artigo “Diálogo intercultural e cidadania – para lá do reconhecimento”, de Maria Rosa Afonso, volta-se para o mundo da práxis e objetiva “compreender como a perspectiva teórica do diálogo intercultural fundamenta uma noção de dignidade, onde convergem igualdade e diversidade, tornando possível uma cidadania de propostas e soluções participadas, em sociedades plurais”. Lucas Cavicchioli e Marcos Costa, assinam o artigo “O primado da memória entre as potencialidades da alma, na busca do conhecimento de Deus, segundo Santo Agostinho”, e objetivam mostrar “a natureza da alma e a distinção dos objetos mnemônicos descritos por Agostinho”, discutindo “a natureza desses conjuntos de objetos da memória pelas suas diferenças específicas (i.e., essenciais), como seu gênero, de modo a compreendermos por que são todos objetos de uma só memória, e de que maneira esta concorre como potência da alma humana, justamente, a potência que permite ao indivíduo saber de si mesmo e de Deus”. O artigo “Estoicismo não é autoajuda – Uma introdução ao estoicismo imperial romano”, de Tuami de Paula, afirma “[d]iante da moda contemporânea que atribui ao estoicismo coisas que lhe seriam completamente aversivas, é urgente que o tema seja tratado de forma a não deixar espaço para distorções. Sendo assim, o seguinte artigo será de caráter introdutório e mostrará o incontornável aspecto ético do estoicismo imperial romano, tal como foi pensando por Sêneca, Epicteto e Marco Aurélio, sem que as particularidades do pensamento de cada um desses autores sejam aprofundadas”. O autor Hans Magno Ramos traz o artigo “Líderes, massas e os outros: elementos da psicologia de massas de Freud”, no qual visa “a expor três tópicos da psicologia freudiana de massas que podem ser pertinentes à compreensão dos fenômenos de grupo: a) a relação dos grupos com seus líderes, b) a relação dos membros de um grupo entre si e c) com os outros. Após a exposição, esses tópicos serão ilustrados brevemente a partir de falas relacionadas a líderes carismáticos”.

Concluímos a edição com duas resenhas. A resenha da HQ Rocha Navegável, escrita pelo professor Laurênio Sombra, estimado colaborador da Revista, que diz: «Pensar a cidade como protagonista pode ser uma abordagem possível na compreensão da HQ Rocha Navegável, obra concebida a partir do roteiro de Fábio Costa e da arte de Igor Souza. A cidade de Salvador, especialmente alguns de seus cenários (Cemitério dos Ingleses, Praça Castro Alves, Av. Contorno, Campo Grande, Praça da Piedade, Campo da Pólvora, estações de metrô, Ladeira da Barra, entre outros), é fundamental para que a história e os seus atravessamentos aconteçam. Assim, as temporalidades que se encontram só se manifestam na medida em que há uma espacialidade complexa e contraditória que se articula a ela. Para usar uma terminologia de Milton Santos (1999, p. 50), os fluxos só são possíveis porque há fixos que “permitem ações que modificam o próprio lugar, fluxos novos ou renovados que recriam as condições ambientais e as condições sociais, e redefinem cada lugar”.»

Por fim, a resenha do livro A Metafísica da Cinefilia de Yves São Paulo. Além de abrilhantar a Revista com escritos que passeiam entre filosofia, cinema e literatura, Yves, nas palavras de Leonardo Oliveira, no livro em questão, “não está exatamente interessado em elencar filmes como pretexto para tratar de temas diversos da história da filosofia, mesmo em relação a Bergson, filósofo central de seu livro. O autor faz, assim, um salto cronológico a um ponto anterior a Deleuze, indo diretamente no autor que inspira a ontologia deleuziana do cinema, para arrancar dele não aquilo que retirou o autor francês, mas uma outra ontologia, voltada para o espectador, um elemento certamente esquecido em tais discussões”.

Agradecemos aos autores e às autoras que compõem a presente edição e, aos revisores e às revisoras que trabalharam para a sua publicação.

Boa leitura!

Carla Oliveira

Editora e Organizadora da Edição




Revista Sísifo. Nº 15, Vol. 1 (2022): Volume Único - Publicação Contínua


A narrativa antimoderna e antimodernista de Miguel de Unamuno: considerações sobre Niebla à neblina da hermenêutica ricoeuriana

Walter Pinto de Oliveira Neto

Rita de Cássia Oliveira

visualizar | PDF 1-22


Diálogo intercultural e cidadania - para lá do reconhecimento

Maria Rosa Afonso

visualizar | PDF 23-34


O primado da memória entre as potencialidades da alma, na busca do conhecimento de Deus, segundo Santo Agostinho 

Luccas de Amorim Rêgo Cavicchiol

Prof. Dr. Marcos Roberto Nunes Costa

visualizar | PDF 35-55


Estoicismo não é autoajuda - Uma introdução ao estoicismo imperial romano

Tauami Sales de Paula

visualizar | PDF 56-74


Líderes, massas e os outros: elementos da psicologia de massas de Freud

Hans Magno Alves Ramos

visualizar | PDF 76-96

 


Resenhas


Rocha Navegável: o choque encantado dos sentidos

Laurenio Leite Sombra

visualizar | PDF 98-104


Do espectador simpático: sobre A Metafísica da Cinefilia, de Yves São Paulo

Leonardo Araújo Oliveira

visualizar PDF 105-112


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