Chamada de dossiê || Submissão


 

Dossiê Sísifo — Inteligência Natural e Artificial


Deadline: 20 de março a 31 de Maio

Data possível de  publicação: Fim de setembro. 


Chamada


Os debates sobre os perigos e benefícios da inteligência artificial (IA) ganham cada vez mais espaço na mídia e nas redes sociais. No entanto, essas discussões frequentemente partem de pressupostos não questionados sobre noções como inteligência, artificialidade, técnica, humanidade, mecanismo e organismo. Mesmo no campo filosófico, muitas vezes prevalece uma abordagem centrada exclusivamente na dimensão cognitiva, negligenciando ressonâncias políticas, econômicas, estéticas e ontológicas que acompanham o desenvolvimento dessas tecnologias. Esse diálogo truncado com as tradições históricas da filosofia e da ciência impede que compreendamos plenamente as transformações profundas provocadas pelas novas tecnologias de aprendizado profundo e IA generativa, por exemplo.


Tradicionalmente, a inteligência foi concebida como o atributo distintivo do ser humano, marcado por uma dicotomia hierárquica: a percepção sensorial do corpo seria associada a uma "cognição inferior", ou mesmo de ordem animal, enquanto o entendimento racional mediado linguisticamente por conceitos representaria uma "cognição superior". Essa divisão, que ecoa oposições clássicas da filosofia — natureza e espírito, corpo e mente, sujeito e objeto —, é colocada em xeque pela emergência de formas de inteligência artificial. A IA, que pode operar tanto sem um corpo orgânico quanto em configurações híbridas entre mecânico e biológico, desafia não apenas a ideia de que a inteligência é exclusiva dos humanos, mas também os próprios fundamentos das categorias tradicionais que estruturam nossa compreensão do pensamento e da vida.


Diante disso, torna-se urgente repensar os conceitos que subjazem à distinção entre inteligência natural e artificial. Autores contemporâneos como Yuk Hui, Reza Negarestani, e os biólogos Humberto Maturana e Francisco Varela oferecem novas perspectivas para enfrentar esse desafio. Ao introduzir o conceito de cosmotécnica, Yuk Hui questiona o universalismo tecnológico implícito na IA moderna e propõe uma reflexão sobre como diferentes culturas podem reinterpretar a relação entre tecnologia e inteligência. Sua crítica à hegemonia ocidental nos modelos de IA abre caminho para uma abordagem mais plural e contextualizada. Reza Negarestani, por sua vez, explora a inteligência como um processo histórico e dinâmico de autoconstrução contínua, enfatizando a autonomia funcional e a capacidade de sistemas adaptativos transcenderem modelos antropocêntricos. Sua visão sugere que a IA deve partir da racionalidade humana, mas também como algo capaz de evoluir para além de suas origens. Através da teoria da autopoiese e da abordagem enativa da cognição, Maturana e Varela ressaltam que a inteligência emerge da interação entre um organismo e seu ambiente. Suas ideias inspiram abordagens como a de uma IA encarnada (embodied AI), que enfatiza a importância do corpo e do contexto na construção de sistemas inteligentes, desafiando visões puramente simbólicas ou computacionais da IA.


Como equilibrar a autonomia funcional da inteligência com sua dependência do corpo e do ambiente? É possível transcender os limites materiais sem negligenciar as condições específicas que dão origem à cognição? Como conciliar a busca por princípios universais com o respeito às diversidades culturais e históricas que moldam nossa compreensão da inteligência? Essas questões evidenciam tensões fundamentais entre abordagens que veem a inteligência como independente de sua base material e aquelas que a entendem como profundamente enraizada no contexto físico e cultural.


Diante desses desafios, convidamos pesquisadores, filósofos e cientistas a contribuírem com artigos que explorem essas problemáticas. Estamos especialmente interessados em trabalhos que tanto partam das reflexões contemporâneas sobre inteligência artificial quanto busquem reinterpretar autores da tradição filosófica e científica, trazendo suas ideias para o debate atual sobre as implicações éticas, políticas, estéticas e ontológicas da IA. 


A revista aceita textos de especialistas, mestrandos, mestres, doutorandos e doutores.


Deadline: 20/03/2025 a  31/05/2025.


Previsão de Lançamento do dossiê: Fim de setembro de 2025. 


Os textos devem ser enviados para o e-mail da revista: revistasisifofilosofia@gmail.com 


Organização/Chamada por Régis Alves, Editor

 

Regras para submissão: https://www.revistasisifo.com/p/submissao.html 




Dossiês Anteriores:
















SUBMISSÃO


A Revista Sísifo aceita somente textos inéditos.


BAIXE AQUI O TEMPLATE OBRIGATÓRIO PARA ENVIO DE ARTIGOS 


ENVIAR ANEXADO AO EMAIL UMA IMAGEM RELACIONADA AO TEMA DO ARTIGO DE DIMENSÕES 400x279


Quem pode publicar na Revista Sísifo?

Especialistas, mestrandos, mestres, doutorandos e doutores.

Preciso adicionar o meu orientador como coautor para publicar na Revista Sísifo?

Não, esta é uma decisão que cabe aos autores.

Qual a periodicidade da Revista Sísifo?

Semestral.

Qual área de investigação publicada na Revista Sísifo?

Textos de natureza filosófica.

Como é feita a avaliação dos textos submetidos na Revista Sísifo?

Os artigos enviados para a Revista Sísifo são apresentados, sem indicação de autoria, a pareceristas especialistas na área abordada no artigo.

Quanto tempo devo esperar para ter meu artigo avaliado na Revista Sísifo?

Depois de indicado ao autor o recebimento do artigo, a secretaria da Revista Sísifo tem até 30 dias para buscar um avaliador para o artigo. Uma vez encontrado, o avaliador terá 45 dias para retornar o texto com um parecer.

Por qual meio devo submeter meu texto para a Revista Sísifo?

Por meio do nosso e-mail: revistasisifofilosofia@gmail.com

O que devo adicionar no e-mail?

Título do e-mail: submissão

Corpo do e-mail: [título do artigo]; [nome do autor]

A revista recebe textos em que formato?

A Sísifo recebe arquivos salvos em .doc. e .docx.

Em que idioma devo publicar meu artigo na Revista Sísifo?

Português ou inglês.

Quais são as seções da Revista Sísifo?

Artigos, ensaios, resenhas, críticas, traduções e entrevistas.

Como proceder para apresentar uma tradução para a Revista Sísifo?

O texto traduzido deve vir acompanhado de carta de autorização do autor ou detentor dos direitos autorais do original.

Em caso de citação de artigos em idiomas estrangeiros, como devo proceder?

Se for uma citação muito necessária para o desenrolar do texto, manter a citação no original, independente do idioma.

 

Política de seção:

Artigos e ensaios: entre 3 mil e 10 mil palavras;

Resenhas: entre 1.000 e 2.500 palavras;

Traduções e entrevistas: consultar os editores, através do e-mail da revista, para mais informações.

 

Formatação do texto:

Os artigos devem ser feitos diretamente no template disponibilizado pela Sísifo. O template pode ser baixado clicando aqui.

 

Regras Gerais:

Constantia 12.

Espaçamento 1,5.

Constantia 10 (citações longas).

Espaçamento 1,0 (citações longas).

 

Título do texto em negrito, não estar em caixa alta, centralizado no alto da página;

Nome do autor em negrito, lado esquerdo;

Biografia do autor (a) entre 20 e 50 palavras, indicando a formação, a instituição e demais informações que considerar importantes;

Introduzir uma imagem que represente o texto do artigo, no formato JPEG e dimensão, 400x279

Resumo entre 150 e 300 palavras; exceto para resenha, crítica, tradução e entrevista

Palavras-chave de 3 a 5;

Abstract entre 150 e 300 palavras;

Keywords de 3 e 5;

Título das seções, centralizado e em negrito;

Texto justificado;

Notas de rodapé ao final da página. Sugestão: evitar adicionar notas de rodapé;

Citações longas: afastamento de 4cm da linha esquerda (sugestão: evitar citações longas).

 

Como citar:

 

No corpo do texto ou na nota de rodapé:

(Bergson, 2005, p. 232)

Em caso de mais de uma publicação no mesmo ano:

(Bergson, 2005ª, p. 232).

 

Citações de autores clássicos devem seguir o padrão vigente.

Exemplo:

TOMÁS DE AQUINO, ST I, q. 2, a.3, res.

 

REFERÊNCIAS:

 

LIVROS:

 

SOBRENOME, nome. Título: subtítulo (se houver). Edição (se houver). Local de publicação: Editora, data de publicação da obra.

Exemplos:

BERGSON, Henri. A evolução criadora. Tradução: Bento Prado Neto. 1ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

 

Em caso de livros de um mesmo autor, repetir o nome do autor ao invés de utilizar travessão.

 

ARTIGOS:

SOBRENOME, Nome abreviado. Título do artigo. Título da Revista, Local de publicação, número do volume, páginas inicial-final, mês e ano.

 

Exemplo:

MURCHO, Desidério. Ensino e florescimento humano. Revista Sísifo. N° 9, v. 1, 30 de junho de 2019.

 

Se o artigo estiver disponível on-line acrescentar:

Disponível em: URL. Acessado em: dia, mês e ano.

 

SITE:

SOBRENOME, Nome. Título da matéria. Nome do site, ano. Disponível em: URL. Acessado em: dia, mês e ano.

 

Exemplo:

ANDRADE, FÁBIO. Pastiche de Homenagem. Cinética, 2012. Disponível em http://www.revistacinetica.com.br/oartista.htm. Acessado em 29 de maio de 2019.

 

CAPÍTULOS DE LIVROS:

SOBRENOME, nome. Título: subtítulo (se houver) do capítulo. In: AUTOR DO LIVRO (tipo de participação do autor na obra, Org(s), Ed(s) etc. se houver). Título do livro: subtítulo do livro (se houver). Local de publicação: Editora, data de publicação. paginação referente ao capítulo.

 

Exemplo:

GRIZE, J. B. Psicologia genética e lógica. In: BANKS-LEITE, L. (Org.). Percursos piagetianos. São Paulo: Cortez, 1997; p. 63-76.

 

TESES E DISSERTAÇÕES:

SOBRENOME, nome. Título: subtítulo (se houver). Data de defesa. Total de folhas. Tese (Doutorado) ou Dissertação (Mestrado) - Instituição onde a Tese ou Dissertação foi defendida. Local e data de defesa.

 

Exemplo:

BERNARDO, Isadora P. De Re Publica, de Cícero: natureza, política e história. 208 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) — Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP: São Paulo, 2012.

 

PODCASTS:

TÍTULO: Subtítulo. [Locução de]: Nome do Locutor. Local: Publicadora, dia, mês e ano de publicação. Podcast. Disponível em: URL. Acesso em: dia, mês e ano de acesso.

 

Exemplo:

PODCAST FILOSOFIA POP: #001 – Filosofia – Filosofia Pop. [Locução de]: Murilo Ferraz e Marcos Carvalho Lopes. Entrevistada: Marcos Carvalho Lopes. [S.l.]: Filosofia Pop, 2 mai. 2015. Podcast. Disponível em:

https://filosofiapop.com.br/podcast/filosofia-pop-001-filosofia/. Acesso em: 16 nov. 2022.













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